4 etapas para transformar dados de planilhas Google em um aplicativo com o AppSheet

Nos dias de hoje, a capacidade de criar e otimizar aplicativos sem a necessidade de conhecimento em programação tornou-se uma habilidade fundamental para gerentes e analistas. Geralmente, essa tarefa requer conhecimentos avançados de engenharia e lógica de programação, mas graças aos aplicativos sem código, até mesmo quem não possui skills de programação pode desenvolver apps usando dados do repositório mais comum de todos: a planilha. 

Esse processo pode ser tão simples quanto organizar planilhas, de forma que uma plataforma de aplicativos sem código, como o AppSheet, possa gerar protótipos de aplicativos úteis para os usuários desenvolverem posteriormente. Embora nenhuma codificação seja necessária, ótimos aplicativos sem código ainda dependem de uma estrutura de dados bem projetada.

Neste artigo, abordaremos quatro etapas simples envolvidas na preparação de uma fonte de dados no Planilhas Google para criar aplicativos de maneira eficaz usando o AppSheet. 

Etapa 1: use layouts de tabela limpos

Antes de começarmos a preparar nossa Planilha Google, vamos considerar algumas questões:

  • O que eu quero que meu aplicativo faça? 
  • Quais dados são necessários para executar essas funções?
  • Quais dados meus usuários precisarão acessar?

Os dados críticos precisam ser inseridos em uma coluna ou compilados em uma única tabela em sua Planilha Google. Ao agrupar suas colunas em tabelas, pense em qual seria o agrupamento conceitual mais simples. Imagine que estamos criando um aplicativo para uma mercearia que monitora o estoque. Inicialmente, podemos estar inclinados a criar uma tabela separada para cada categoria de item, como no Exemplo 1 – mas esse esquema é ineficiente, pois cria um grande número de tabelas que precisamos gerenciar e atualizar individualmente. Uma solução melhor seria conter todos os nossos itens de inventário em uma única tabela e incluir uma coluna que indique as categorias de itens como no Exemplo 2.

Observação: essa otimização é importante, pois se você tiver muitas tabelas, seu aplicativo ficará mais difícil de manter e modificar, e poderá enfrentar problemas de tempo de sincronização, além de possíveis pontos de falha adicionais. 

Etapa 2: Nomeie e formate seus dados de maneira simples e consistente 

Os nomes das colunas e tabelas devem ser curtos e fáceis de entender. Evite criar nomes longos, com caracteres especiais ou com sequências numéricas. 

As convenções de nomenclatura e formatação de colunas devem ser padronizadas nas fontes de dados. Ou seja, se seu aplicativo estiver extraindo dados de várias planilhas, a nomenclatura e a formatação deverão ser consistentes em todas elas. Seguir essas diretrizes garantirá que seus dados sejam fáceis de entender, aumentará a probabilidade do aplicativo interpretar os dados conforme desejado e facilitará o uso das nomenclaturas em seu aplicativo.

Etapa 3: use colunas para categorias e linhas para entradas

Quando novos dados são adicionados em um aplicativo AppSheet, eles serão anexados à sua planilha na forma de uma nova linha. É importante garantir que a estrutura da sua planilha seja uniforme e construída de forma que cada linha represente uma entrada, e de que cada coluna represente uma categoria para o tipo de entradas. Para entender o que isso significa, vejamos três exemplos.

Exemplo. 1 – Tabela de estoque invertida

Este segundo exemplo de planilha contém uma seção que é usada como calculadora. No entanto, como isso interrompe a estrutura da planilha, impedirá a adição de novas linhas. As tabelas devem permanecer estruturalmente consistentes em sua totalidade e devem consistir apenas em cabeçalhos de coluna e nas linhas de dados subsequentes. Se você tiver uma seção como uma calculadora que interrompe a estrutura geral da tabela, você precisará integrá-la à estrutura original da tabela, como no Exemplo 3, ou inserir em uma outra tabela independente.

Exemplo. 3 – Campos de Cálculo Integrados

Observação: a duplicação é uma armadilha estrutural a ser observada. Se você notar que grandes blocos de dados estão sendo duplicados em várias tabelas, este é um bom indicador de que sua estrutura de dados pode não ser tão eficiente quanto poderia ser, o que pode contribuir para tempos de sincronização estendidos para aplicativos.

Etapa 4: adicionar uma coluna-chave

Cada tabela deve incluir uma coluna-chave que sirva como um identificador exclusivo para cada linha de dados. Para alguns tipos de dados, cada linha conterá naturalmente uma coluna que é imutável e exclusiva para cada linha. Um bom exemplo de chave-única é o ASIN ou SKU de um produto – não há dois produtos iguais. Da mesma forma, um número de identificação de funcionário ou e-mail são boas chaves exclusivas, pois não há dois indivíduos que tenham o mesmo. Para dados que não possuem essa propriedade, podemos facilmente gerar uma usando a função UNIQUEID() no próprio AppSheet. Se quiser saber mais sobre chaves, consulte essa documentação de ajuda sobre o assunto.

É hora de criar seu primeiro aplicativo sem código com AppSheet

Se você seguiu cada uma das etapas mencionadas acima para estruturar seus dados, deverá estar pronto para transformá-los em um poderoso app sem código. Para começar, abra o Google Planilhas com seus dados e vá para Extensões>AppSheet>Criar um aplicativo. A partir daí, o Appsheet lerá automaticamente seus dados e transformará os dados de suas planilhas em um aplicativo sem código para, otimizando sua eficiência e produtividade.

Ao seguir estas quatro etapas simples, você estará no caminho certo para criar a planilha ideal que potencializará seu aplicativo sem a necessidade de escrever uma única linha de código. Lembre-se sempre de manter seus objetivos em mente, estruturar seus dados de forma organizada, padronizar formatação e nomenclaturas, e buscar constantemente automatizar e otimizar seus processos. Com dedicação e criatividade, você pode desbloquear todo o potencial do seu aplicativo com uma planilha bem elaborada.

Pronto para usar o AppSheet?


Fábio Ribeiro

Fábio Ribeiro

Fábio Ribeiro é diretor da área de Operações da Qi Network e especialista em governança de tecnologia da informação.